21.9.07

A MÚSICA ARTE DE PASSO FUNDO

*Por Samara Kalil, com a colaboração de Natália Fávero.

Para você que pensa que em Passo Fundo só se ouve música instrumental em sala de espera ou nas praças de alimentação dos shoppings centers e que esta está ultrapassada, lave a boca com sabão! Garimpando, garimpando, chegou-se a um novo grupo chamado Sonopoiese, que prova, mais do que nunca, que a música instrumental tem vida aqui na terrinha.

Formado por cinco integrantes, o Sonopoiese reuniu identidades diferentes para fazer um som. O resultado é um instrumental de altíssima qualidade, apresentado recentemente no Teatro Municipal Múcio de Castro.

Os músicos Zé Ricardo (percussão, à direita na foto), Felipe Adami (piano, ao centro na foto), Gadiego Ribeiro (contra-baixo, à esquerda na foto), Vinícius Baschera (bateria), Giu Sanderi (saxofone e flauta), envolvem-se vinte e quatro horas por dia com música. Eles trabalham como professor universitário, músico de baile e de jeito algum querem deixar a música instrumental sumir dos ouvidos do público. Contudo, buscam espaço no cenário regional.


O SIGNIFICADO DO NOME

Em entrevista, Felipe Adami explicou o significado do nome do grupo através da palavra “poiese”, que se trata de produção ou criação de som. Ele diz que a “poiese” é usada não só na parte de criação musical, mas também na artística em geral. O “sono”, no caso, vem de som.


A CULTURA EM PRIMEIRO LUGAR

Apesar das complicações de abertura do mercado para o estilo, a intenção deles, além da satisfação pessoal, é também somar para a cultura da cidade e do país. Mesmo assim, Zé Ricardo conta que a música feita por eles não é algo fácil de o público assimilar. De acordo com o músico, Passo Fundo teria de ter a música instrumental mais fluente na vida das pessoas, principalmente com a vinda de outros grupos para cá.

Conforme Gadiego, Passo Fundo tem problemas de divulgação de cultura. “Existe aquilo que é comercial e as pessoas aceitam. Não se sabe que há músicos fazendo outras coisas”. O integrante do grupo destaca tal déficit, não só na área da música, mas também da literatura, da pintura. “Temos que tentar batalhar para deixar isso cada vez mais vivo, não deixar morrer, pois daí ninguém vai saber mesmo, que existem outras opções culturais além”.

AS PROGRESSÕES

De acordo com o grupo, reunido desde o início de 2007, já há o plano de tocar em outros lugares, como em Porto Alegre e Cascavel. Assim, com a iniciativa deles, em promover a música passo-fundensse, a cidade deixaria de estar isolada no estilo instrumental.

Quanto às produções, eles pretendem gravar em breve um CD com composições autorais. Até o momento já possuem duas músicas. Entretanto, tendo em vista as barreiras que a música instrumental enfrenta por aqui, eles ainda brincam: “se conseguirmos tocar uma vez por mês, agente já está mais que feliz”.


Um comentário:

Samara Kalil disse...

Muchas Gracias pela publicação robs! Beijos